quarta-feira, 19 de junho de 2013

Eu sinto vontades de te matar a cada segundo, e ao mesmo tempo eu quero correr pros teus braços e não sair nunca mais. Eu sinto vontades de te socar a todo momento, mas ao mesmo tempo de te beijar e não parar mais. Sinto vontades de nunca mais olhar pra sua cara e nem ouvir sua voz, mas é só virar as costas pra você que as saudades já me invadem. É ódio e amor ao mesmo tempo, é sangue e carinho, é tudo de uma vez só. Eu não sei como você consegue dispertar isso em mim, eu não sabia que esse tipo de sentimento existia, e eu não to preparada pra ele, mas ao mesmo tempo que não me sinto preparada, eu sinto como se você fosse a única saída e a única escolha pra mim, porque de alguma forma, você é. É insegurança e medo, é vontade e desespero, é uma confusão tão grande. Eu te odeio tanto, eu te amo tanto, eu odeio tanto que nem te odeio, e o meu amor me confunde muito mais. 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Sobre dar um tempo...

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Não conheço algo mais irritante do que dar um tempo, para quem pede e para quem recebe. O casal lembra um amontoado de papéis colados. Papéis presos. Tentar desdobrar uma carta molhada é difícil. Ela rasga nos vincos. Tentar sair de um passado sem arranhar é tão difícil quanto. Vai rasgar de qualquer jeito, porque envolve expectativa e uma boa dose de suspense. Os pratos vão quebrar, haverá choro, dor de cotovelo, ciúme, inveja, ódio. É natural explodir. Não é possível arrumar a gravata ou pintar o rosto quando se briga. Não se fica bonito, o rosto incha com ou sem lágrimas. Dar um tempo é se reprimir, supor que se sai e se entra em uma vida com indiferença, sem levar ou deixar algo. Dar um tempo é uma invenção fácil para não sofrer. Mas dar um tempo faz sofrer pois não se diz a verdade.

Dar um tempo é igual a praguejar "desapareça da minha frente". É despejar, escorraçar, dispensar. Não há delicadeza. Aspira ao cinismo. É um jeito educado de faltar com a educação. Dar um tempo não deveria existir porque não se deu a eternidade antes. Quando se dá um tempo é que não há mais tempo para dar, já se gastou o tempo com a possibilidade de um novo romance. Só se dá o tempo para avisar que o tempo acabou. E amor não é consulta, não é terapia, para se controlar o tempo. Quem conta beijos e olha o relógio insistentemente não estava vivo para dar tempo. Deveria dar distância, tempo não. Tempo se consome, se acaba, não é mercadoria, não é corpo. Tempo se esgota, como um pássaro lambe as asas e bebe o ar que sobrou de seu vôo. Qualquer um odeia eufemismo, compaixão, piedade tola. Odeia ser enganado com sinônimos e atenuantes. Odeia ser abafado, sonegado, traído por um termo. Que seja a mais dura palavra, nunca dar um tempo. Dar um tempo é uma ilusão que não será promovida a esperança. Dar um tempo é tirar o tempo. Dar um tempo é fingido. Melhor a clareza do que os modos. Dar um tempo é covardia, para quem não tem coragem de se despedir. Dar um tempo é um tchau que não teve a convicção de um adeus. Dar um tempo não significa nada e é justamente o nada que dói.

Resumir a relação a um ato mecânico dói. Todos dão um tempo e ninguém pretende ser igual a todos nessa hora. Espera-se algo que escape do lugar-comum. Uma frase honesta, autêntica, sublime, ainda que triste. Não se pode dar um tempo, não existe mais coincidência de tempos entre os dois. Dar um tempo é roubar o tempo que foi. Convencionou-se como forma de sair da relação limpo e de banho lavado, sem sinais de violência. Ora, não há maior violência do que dar o tempo. É mandar matar e acreditar que não se sujou as mãos. É compatível em maldade com "quero continuar sendo teu amigo". O que se adia não será cumprido depois."

-Fabrício Carpinejar


E depois dessa vou dormir, boa noite.


-Te amo independente.

 Com você era diferente, sabe? Quanto estava com você, eu não queria ficar com mais ninguém, não queria mais pelo fato, de você ter tudo que eu sempre quis. Quando eu estava com você, eu tentava ser uma pessoa melhor, tentava fazer tudo certo. Você tem algo que me faz esquecer todas as dores do passado, todas as pessoas, tudo. Mas como sempre, tudo que me faz bem, eu sempre dou uma forma de afastar de mim, quando eu realmente amo uma pessoa, a unica coisa que eu sei fazer é errar com ela. 
 O amor nem dá pra definir direito. Acho que é um desejo de abraçar forte o outro, com tudo o que ele traz: passado, sonhos, projetos, manias, defeitos, cheiros, gostos. Amor é querer pensar no que vem depois, ficar sonhando com essa coisa que a gente chama de futuro, vida a dois.
  Acho que amor é não saber direito o que ele é, mas sentir tudo o que ele traz. É você pensar em desistir e desistir de ter pensado em desistir ao olhar pra cara da pessoa, ao sentir a paz que só aquela presença traz. É nos melhores e piores momentos da sua vida pensar preciso-contar-isso-pra-ele. É não querer mais ninguém pra dividir as contas e somar os sonhos. É querer proteger o outro de qualquer mal. É sentir que vale a pena, porque o amor não é só festa, ele também é enterro. Precisamos enterrar nosso orgulho, prepotência, ciúme, egoísmo, nossas falhas, desajustes, nosso descompasso. 
  O amor não é sempre entendimento, mas a busca dele. Acho que o amor não é o caminho mais fácil! pois o mais fácil seria dizer a-gente-não-se-entende-a-gente-não-combina-tchau-tchau. O amor é uma tentativa eterna. E se você topar entrar nessa, saiba que o amor encontrou você…